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quinta-feira, 21 de maio de 2015

O terceiro impasse

01 de Maio de 2014

Estávamos ansiosos, mais uma vez. As horas passavam demasiado devagar e o desejo de tudo isso terminar rapidamente parecia não se concretizar. O nosso filho continuava a tomar antibiótico para evitar nova otite e era algo que nos deixava bastante preocupados... aquela noite parecia uma eternidade, apesar de saber que era uma simples cirurgia. Os pensamentos eram constantes e por consequência submergiam sempre ao sono.

De repente, o despertador toca, eram...

02 de Maio de 2014, pelas 07:30

Simplesmente levantamos-nos visto que há muito estávamos acordados. 
Acordamos o nosso bebé e seguimos para o hospital. A hora de chegada estava marcada para as 08:30. Chegamos exactamente a essa e aguardamos numa sala pela chamada. O nosso filho seria a segunda criança a ser operada naquela manhã. 

Chegou a vez da primeira criança ser operada. A sua mãe tremia e notava-se ansiedade no seu olhar. A criança foi chamada e na entrega ambos caem em lágrimas e pairou no ar a tristeza. 

Chegou a vez do nosso filho. Não qualquer dificuldade em entregá-lo (pelo menos fisicamente) às enfermeiras pois ele sozinho seguiu todo contente pelo corredor fora até ao bloco operatório... mal sabia ele por ia.
Apesar de termos passado por isto duas vezes, esta entrega, foi igualmente dolorosa. 

Passado cerca de 5 minutos depois da entrega, a primeira criança tinha terminado a operação e a sua mãe foi chamada para o recobro. Já nos encontrávamos na sala de espera quando cerca de 30 minutos de o meu filho ter entrado, já estavam a chamar pela minha esposa... fiquei em contacto com ela via sms e informação que transmitia era que tinha corrido tudo bem mas que ainda dormia.

Perto da  hora de almoço, a minha esposa teve que sair para obviamente almoçar e trocou comigo. Estava ansioso por o ver. Quando cheguei perto dele, vi uma criança normal que pulava e ria como nada se passasse. De volta, somente via crianças a vomitar e a chorar. 

Será que operaram mesmo o meu filho? - pensei eu. A ultima vez que o vi, foi com esta satisfação que se encontrava naquele momento. 
Mas algo me chamou atenção... reagiu a um pequeno som vindo da televisão que ali se encontrava ligava com o som no mínimo. Eu quase não ouvi o som mas ele de imediato reagiu à música da Xana Toc Toc que ali estava a dar no canal Panda coisa que em casa não o fazia.

Algo estava diferente e isso alegrou-me e deixou-me bastante mais tranquilo só faltava aguardar pela alta hospitalar e seguir para casa como uma família feliz.

Essa alta não tardou e seguimos para uma nova etapa e mais um novo desafio mas sempre a questão no pensamento:

"Será que agora ficará tudo bem?"


A vida só pode ser compreendida, olhando-se para trás, mas só pode ser vivida, olhado-se para a frente.

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